Recente declaraçäo do Comitê Político do Partido Comunista de Cuba (PCC), sugerindo que doravante o 25 de dezembro seja um "dia feriado" para "cristäos e näo cristäos", deixa ao descoberto em seus considerandos, como poucos documentos da sombria história da revoluçäo cubana, a mentira, a pertinácia revolucionária e a intençäo de salvar do naufrágio, a todo custo, o fracassado regime comunista.

O PCC mente de maneira deliberada quando afirma que "a revoluçäo nunca se caraterizou por um espírito anti-religioso". Desde os primeiros anos da revoluçäo, o regime demonstrou sua sanha anti-religiosa ao expulsar centenas de sacerdotes e religiosas, clausurando igrejas, fechando escolas e universidades católicas, e perseguindo os fiéis católicos até convertê-los em desterrados na sua própria Pátria.

O PCC mente ao ufanar-se de que a revoluçäo cubana, como "nenhuma outra", teria "uma página täo limpa de violência ou repressäo por motivos religiosos". Além dos fatos históricos acima mencionados, e de tantos outros que poderiam ser acrescentados, essa "página" supostamente "limpa" está banhada pelo sangue de jovens leigos católicos executados no "paredón", onde morreram heroicamente como mártires, gritando Viva Cristo Rei! Abaixo o comunismo!

O PCC, se desejasse ser fiel à verdade histórica, deveria ter citado palavras do ditador Castro na Universidade de Havana, na metade da década de 60, que sinalizam uma maquiavélica mudança de estratégia, a de passar a criar apóstatas e näo mártires: "Näo cairemos no erro histórico de semear o caminho de mártires cristäos, pois bem sabemos que foi precisamente o martírio que deu força à Igreja. Nós faremos apóstatas, milhares de apóstatas".

O PCC, nas linhas e entrelinhas de sua declaraçäo, tenta também tirar da cartola um modelo de convergência comuno-católica, velho sonho de teólogos da libertaçäo que parecia sepultado...

Sergio F. de Paz

Orlando, Flórida

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