Link do discurso fornecido pela Câmara dos Deputados,
no YouTube. A segunda parte inclui tradução simultânea de sinais para surdos
(Libras): https://www.youtube.com/watch?v=bCIUiJK9IqM&feature=youtu.be
O que está em jogo na queda de
braço ucraniana?
Discurso do deputado Onofre Santo
Agostini (PSD-SC)
Brasília, plenário da Câmara
dos Deputados, 19 de maio de 2014 “A Voz do Brasil”, 19 de maio de 2014
Telefone: (55-61) 3215-5404 -
Fax: (55-61) 3215-2404
E-mail:
dep.onofresantoagostini@camara.leg.br
Link do discurso no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=bCIUiJK9IqM&feature=youtu.be
Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados.
O que está em jogo na queda de braço ucraniana?
Desejo manifestar minha
solidariedade com a causa da liberdade da Ucrânia, tão distante
geograficamente, mas tão próxima no coração de inúmeros brasileiros.
A Ucrânia,
seu povo e suas autoridades, incluindo nossos colegas do Parlamento ucraniano,
merecem essa solidariedade, não apenas por uma questão de justiça, mas também
pelos estreitos laços de sangue que nos unem a esse sofrido país: um milhão de
ucranianos e de descendentes deles vivem no Brasil.
Desejo apresentar algumas considerações
sobre a situação da Ucrânia.
Questão
de sobrevivência
A crise ucraniana é o mais recente
capítulo de uma queda de braço político de consideráveis dimensões entre as
correntes minoritárias pró-russas, que pavimentam o caminho ao neo-imperialismo
do presidente Vladimir Putin, e as correntes majoritárias pró-ocidentais, que
assumem essa disputa como uma questão de sobrevivência desse estratégico país.
Análogos dilemas vivem nações limítrofes como Polônia, Bielorússia, Rumânia,
Hungria e Eslováquia.
É por isso que os ucranianos, assim como importantes
setores da opinião pública russa e dos povos da Europa do Leste, que sofreram
em sua própria carne as perseguições comunistas movidas por Moscou, vêem com
apreensão a investida russa na Ucrânia.
Ucrânia,
símbolo de resistência
Pelo heroísmo de seu povo, a Ucrânia se transformou no
século XX em símbolo da resistência ao comunismo em nome da Fé, destacando-se a
figura do Cardeal Slipyj. Em 1932, o ditador comunista Josef Stalin invadiu a
Ucrânia, arrasando com o país e provocando uma fome generalizada. Calcula-se
que sete milhões de ucranianos foram então massacrados pelos russos por meio do
sangue, do fogo e da fome, mas apesar de fisicamente cativos, jamais se
deixaram espiritualmente dobrar.
“Balcanização”.
Tampouco devem ser subestimadas as articulações de
líderes pró-russos ucranianos com vistas a obter “autonomia” para as províncias
limítrofes com a Rússia, o que poderia conduzir a um desmembramento ou
“balcanização” da Ucrânia. A política de “desmembrar para debilitar” não é nova
para a Rússia, que a aplicou no passado em relação à Polônia e a outros países
do Leste, com a lamentável anuência de potências ocidentais.
Como herdeiros legítimos de um passado heroico, é nos
ombros do povo ucraniano e de suas autoridades que recai a responsabilidade
pela defesa da Ucrânia nesta hora histórica, atuando invariavelmente dentro da
legalidade, com a mansidão da pomba e a astúcia da serpente, como recomenda o
Evangelho. Sr. Presidente, de acordo com o Informe
de Conjuntura da agência Destaque
Internacional, no qual me baseei para apresentar estas considerações, os
olhos do mundo estão postos na Ucrânia. A queda de braço ucraniana é decisiva,
não só para essa nação com seu passado glorioso de resistência e de martírio,
mas também para os países vizinhos, bem como para a Europa e a causa da
liberdade no mundo inteiro.
Tenho dito.