Mato Grosso do Sul: especialista em Meio Ambiente alerta sobre perigo de aftosa em fazendas invadidas por índios
Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Fundação Nacional do Índio (Funai) e ONGs são acusadas de "fabricar" conflitos entre índios e proprietários rurais, que já causaram numerosas vítimas, como um dirigente pecuarista recentemente assassinado em Santa Catarina
CAMPO GRANDE, Fevr. 19, 2004 (AB) - "Há uma preocupação enorme com relação ao estado sanitário do rebanho bovino estimado em 9 mil cabeças, nas 14 fazendas invadidas por índios na região de Japorã, perto da fronteira com o Paraguai". "Mato Grosso do Sul é livre de aftosa, mediante vacinação, o Estado possui o 1o. rebanho bovino do Brasil, e um dos primeiros do mundo, com 24 milhões e 700 mil cabeças, contribuindo com uma porcentagem significativa das exportações de carne bovina. Qualquer brote de aftosa que venha a macular esse estado sanitário teria de imediato uma enorme repercussão econômica em nível local, nacional e internacional". O alerta foi dado ontem pelo engenheiro Josiel Quintino dos Santos, assessor de Meio Ambiente e Assuntos Indígenas da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). A tensão e a violência na região fez com que a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) tenha suspendido o trabalho de vigilância e vacinação do rebanho das fazendas invadidas por índios guaranis, caiuás e ñandeva.
Quintino acrescentou a preocupação existente no Estado "com os conflitos fabricados e incentivados pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), e favorecidos pela Fundação Nacional do Índio (Funai), segundo já foi documentado no relatório da CPI do Funai, na Câmara dos Deputados". O assessor da Famasul informou que os índios, contrariamente ao informado por alguns meios de imprensa, "não abandonaram nenhuma das 14 fazendas invadidas, e até o momento não permitiram o trabalho de perícia judicial para avaliar a destruição causada".
Brasília: deputado Zauith denúncia "manipulação" de índios
Também ontem, em Brasília, o deputado sul-matogrossense Murilo Zauith (PFL) fez discurso na tribuna da Câmara para "denunciar os conflitos indígenas" que vem ocorrendo em todo o País, incentivados pela "atuação de determinadas organizações internacionais, que chegam a ameaçar a soberania nacional" e de "pessoas inescrupulosas" que "manipulam" e "incitam os índios a invadir as propriedades rurais". Zauith acrescentou que esse "cenário devastador" já vem causando "uma retração nos investimentos no agronegócio em Mato Grosso do Sul", atividade que "é o principal pilar da economia sul-matogrossense".
Santa Catarina: Cimi e Funai fomentam caos, diz Federação da Agricultura
A Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), em nota de repúdio diante do assassinato do pecuarista Olisses Stefani, recentemente vitimado com um tiro de carabina na cabeça por indígenas que ameaçavam invadir propriedades rurais, afirma que sua morte "revela a dramática dimensão a que chegaram os conflitos entre índios e produtores no grande Oeste catarinense". E acrescenta que "determinadas organizações, motivadas por objetivos inconfessáveis, fomentam o embate e exasperam a crise, tentando criar um cenário de caos e desordem", sendo "notória, nesse aspecto, a ação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cujos agentes imiscuem-se nas áreas indígenas para fomentar a discórdia". Enquanto a Fundação Nacional do Índio (Funai) oscila entre a inércia e a omissão, nada fazendo em favor da paz e da tranqüilidade", sendo sua atuação "marcada pela influência de ONGs".
040219AB / Atualidade Brasileira
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