Out., 2003: Editorial, Informativo Operário, TFP, No. 89, São Paulo.
Dr. Plinio: uma análise sobre a "loucura" e o caos contemporâneo
Há quase 50 anos, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira -pensador católico, homem de ação e fundador da TFP- em seu artigo "Há método na loucura da situação internacional" descrevia a situação mundial com traços que parecem aplicar-se a nossos dias. Em síntese, afirmava ele:
Nos diversos focos de tensão internacional, tem-se a impressão de que um mesmo fogo subterrâneo sacode por toda parte a crosta terrestre, e que por detrás de tantas desordens há uma só e mesma Desordem que convulsiona tudo. A própria vida privada se encontra em situação caótica, incluindo a crise da família e da sociedade em geral. O homem contemporâneo é como um Dâmocles sob cuja cabeça os movimentos revolucionários anticristãos fazem pender não uma espada, como o personagem da antigüidade, mas uma bomba nuclear e um bouquet de rosas, cada um preso a um fio prestes a cortar-se a qualquer momento, num contraditório binômio de tensão e distensão.
E a continuação desta situação contraditória por mais alguns anos irá levando a um grau imprevisível o embrutecimento geral, ao declínio da capacidade de resistir e de lutar, e à diminuição das nossas energias vitais. Em matéria de técnica de embotamento, de aviltamento a fogo lento, não se poderia excogitar meio mais tristemente eficaz (cfr. revista "Catolicismo", São Paulo, no. 49, janeiro de 1955).
No citado artigo, o Dr. Plinio fala do papel da Rússia no caos de então. Como as analogias com a situação presente são impressionantes, fica um indício veemente -para falar apenas de indício- que o mesmo poder figurado então pela Rússia continua a atuar metamorfoseado, isto é, com outras apariências, para mais eficazmente produzir seus efeitos malsãos. Haja visto o Fórum Social Mundial, que aglutina as esquerdas do mundo inteiro, do qual já temos falado.
Esse método na loucura e no caos contemporâneo, apontado pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira há meio século, contribui a explicar as contraditórias conjunturas pelas quais atravessam hoje não só o Brasil, a América Latina e o Oriente Médio, mas o mundo inteiro.
O 8o. aniversário do falecimento deste grande pensador católico, ocorrido em 3 de outubro de 1995, é uma ocasião para lembrar esta análise profética. Primeiro, como merecida homenagem a sua figura, ontem combatida e hoje silenciada, que ao longo de incontáveis artigos e livros não temeu desmascarar erros e articulações, dentro e fora da Igreja, durante décadas, tendo dedicado sua vida à defesa da Igreja e da civilização cristã. E, segundo, para que se compreenda que existe um método por detrás da aparente espontaneidade do atual processo revolucionário, o que serve de antídoto para fortalecer as almas e possibilitar uma resistência espiritual e doutrinária.