Brasil à beira do abismo? Neo-Lula, sugestão coletiva e cubanização
MIAMI, Sept. 25, 2002 (AI) - "Se em outubro próximo, no gigantesco Brasil, o candidato pró-castrista Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), vencer as eleições presidenciais, várias nações do continente serão provavelmente arrastadas para a esquerda e a sanguinária ditadura comunista de Cuba verá prolongado seus nefastos dias. Não sou eu quem afirma; é o próprio Sr. Lula que confessa esses tristes presságios", escreve Armando Valladares, ex-preso político cubano e ex-embaixador norte-americano na Comissão de Direitos Humanos na ONU, em extenso estudo publicado pelo Diario Las Américas.
O embaixador Valladares transcreve documentos recentes que mostram a admiração e o compromisso do Sr. Lula da Silva com o ditador cubano Fidel Castro e seu nefasto regime comunista, assim como seus estreitos vínculos com o subversivo Foro de São Paulo (FSP), uma aliança revolucionária fundada por ele e por Castro em 1990, na qual participam ativamente as narco-guerrilhas colombianas. Valladares constata que "tudo foi publicado e difundido pelas agências internacionais; todavia, não tem sido obstáculo para que Lula, mediante prodígios publicitários, se tenha metamorfoseado em um neo-Lula, com uma aparência a tal ponto moderada que seu slogan poderia despertar inveja nos militantes pacifistas: ‘Lulinha paz e amor’"...
Entretanto, acrescenta Valladares, "suas opiniões sobre o sistema comunista de Cuba e seu velho ditador, funcionam como um teste e mostram que os sonhos revolucionários do neo-Lula não diferem dos do Lula de sempre"; e pergunta: "se este realmente houvesse mudado, não teria a obrigação moral de pedir publicamente perdão por haver apoiado, até há pouco tempo, a revolução comunista de Cuba e seu cruel ditador?"
Muitos no Brasil, na América Latina e no mundo têm legítimas desconfianças sobre essa súbita "moderação" do neo-Lula. Todavia, observa o embaixador Valladares, "se a lógica indica um preocupante diagnóstico, a imagem publicitária do neo-Lula tem feito com que outros setores estejam se deixando levar pelas aparências, em um curioso fenômeno que parece ter algo de sugestão coletiva, e que os especialistas em psicologia social poderão examinar com maior propriedade".
A este respeito, o articulista lembra que "similares fenômenos paralisantes do raciocínio, anestesiantes da sensibilidade e até do próprio instinto de conservação, não estão alijados em momentos prévios de revoluções paradigmáticas da História, como a revolução francesa, a revolução russa e a própria revolução cubana". E que "ainda antes que o futuro ditador e seus seguidores começassem a descer de Sierra Maestra – com medalhinhas da Virgem e rosários no pescoço – Cuba foi sendo preparada para a capitulação mediante um processo psicológico de dissolução das prevenções e das barreiras de horror em relação a líderes revolucionários, sobre os quais havia indícios de que defendiam posições comunistas". Um processo singular que "afetou inclusive membros das elites agrícolas, industriais e até militares que passaram a aderir a quem prontamente se transformaria em seu verdugo".
"Em que medida algo similar está ocorrendo no Brasil, os próprios brasileiros são os mais indicados para corroborá-lo ou negá-lo", conclui Armando Valladares, esclarecendo que "de maneira nenhuma desejaria que se interpretassem estas reflexões como uma forma de interferência nos assuntos internos desse gigante chamado Brasil, também denominado Terra de Santa Cruz": "Uma providencial nação para a qual desejo o melhor, porque isso é o que merece seu povo maioritariamente católico, inteligente, engenhoso, alegre e bondoso".
AI020925 / Ambito Iberoamericano