Brasil: TFP interpela candidatos presidenciais
Entidade constata que a "imensa massa centrista e conservadora" se vê reduzida a escolher entre "opções meramente de esquerda" e pede definições no que diz respeito à família cristã e à propriedade privada
SÃO PAULO, 18-10-02 (LBN) - A organização não-governamental TFP -Tradição, Família, Propriedade- entregou hoje uma carta aos candidatos presidenciais José Serra (PSDB) e Luís Inácio Lula da Silva (PT) onde manifesta que "a imensa massa centrista e conservadora" dos brasileiros, "compelida a comparecer às urnas devido à obrigatoriedade do voto", vê-se reduzida a escolher entre "opções meramente de esquerda". E que, por isso, expressa "apreensão e temor" diante da possibilidade de "o futuro Presidente do Brasil vir a implantar -em especial no que diz respeito à família cristã e à propriedade privada- políticas e diretrizes que atentem gravemente contra a Lei de Deus".
TFP acrescenta que "um dos requisitos fundamentais para a autenticidade de um regime democrático é a definição programática dos candidatos", mas que, "infelizmente, em diversos pontos de capital importância, o atual processo eleitoral não se tem caracterizado pela clareza das posições assumidas, mas pela indefinição ideológica e até pela confusão". Diante disso, a entidade -constituída por membros do laicato católico, que atuam no campo temporal "sob a exclusiva responsabilidade de seus integrantes"- faz aos dois candidatos presidenciais 10 perguntas que podem esclarecer "as dúvidas e receios" da "grande corrente conservadora" de brasileiros, cujo voto será decisivo no próximo dia 27 de outubro.
Entre outras perguntas, TFP solicita a nítida posição dos candidatos Serra e Lula da Silva sobre se apoiarão ou não a aprovação de leis que legitimem o "casamento homossexual" e levem à legalização do aborto, condenados pela doutrina da Igreja; se reprimirão ou não "as invasões e demais atividades de índole criminosa promovidas pelo MST"; se pretendem levar adiante o agro-igualitarismo demagógico e socialista, promovendo a Reforma Agrária; se garantirão ou não aos brasileiros o direito de adquirir, possuir e portar armas devidamente registradas, para o exercício da legítima defesa; se visam incentivar a aplicação da Reforma Urbana, de perfil socialista e confiscatório; se, uma vez eleitos, se comprometem ou não "a denunciar as violações à liberdade e as perseguições de índole política e religiosa levadas a cabo pelo regime comunista" do ditador Fidel Castro; etc.
A carta constata, finalmente, o "silêncio enigmático" de grande parte dos Bispos e sacerdotes brasileiros a respeito "desses assuntos de importância essencial para o futuro cristão de nossa Nação".
Até o fechamento desta edição, os candidatos presidenciais Lula e Serra ainda não tinham retornado a ligação de nossa agência, para manifestarem sua opinião.
LBN / Luso-Brasileira de Notícias