(veja no final telefones e e-mails da embaixada e do consulado de Cuba no Brasil, do Ministerio das Relações Exteriores de Cuba, do Itamaraty etc.)

Junho 2, 2002: Correio Popular, Campinas (SP)

Exílio forçado:

Cubano vive drama imposto pela ditadura

Regime da ilha de Fidel Castro impede professor universitário radicado em Campinas de ver o próprio filho de três anos de idade

Vilma Gasques, da Agência Anhangüera

Acusado de ser um traidor da pátria e sem ter como voltar para Cuba, o estudante de pós-graduação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Juan López Linares, vive um drama imposto pelo regime de Fidel Castro. A opção de sair de seu país para avançar nos estudos fez com que o estudante tivesse que deixar a família, mas a separação do filho, Juan Paolo, de três anos é o que mais angustia o cubano, que gostaria apenas de poder entrar e sair de seu país sem ter problemas. O filho nasceu em Cuba e por isso, também não é autorizado a sair do país. "Eu nem conheço o meu filho", desabafou.

Linares saiu de Cuba para fazer pós-mestrado em Física na Itália junto com sua mulher. Depois de concluir o curso, a esposa, grávida, voltou para Cuba. Ele preferiu vir para o Brasil, onde fez doutorado na Universidade Federal de São Carlos e agora, pós-doutorado na Unicamp.

O crime do estudante, previsto no regime de governo de Cuba, foi ter saído de seu país por um período superior a um ano. Para voltar é preciso ter um autorização, já requerida três vezes e negada pelo consulado de Cuba em São Paulo, por conta de um agravante.

Como o cubano já está fora do país há mais de cinco anos, seu crime é ainda maior. Por ter violado os controles migratórios, é comparado a um seqüestrador de avião, principalmente por ser considerado um funcionário desertor do governo, já que, apesar de não ser contratado pela Universidade de Havana, era professor de Física para biólogos na instituição. Dessa forma, ele foi considerado criminoso por abandonar uma missão oficial do governo.

Impasse

Como se não bastasse a proibição de voltar para seu país, a sua família também não foi autorizada a vir para o Brasil. "Eu tenho autorização para ficar no Brasil, mas não posso voltar para o meu próprio país. Mesmo sendo criminoso eu teria que ter esse direito, para ser julgado. Mas corro o risco de chegar lá e ser extraditado para o Brasil. Hoje não sou cubano e nem brasileiro. Estou sem pátria", desabafou.

Esta mesma situação é vivida por vários cubanos que residem no Brasil. No ano passado, o casal Zaida Jova Aguilera e Vicente Becerra Sablón, ambos pós-graduandos da Unicamp, sofreram o mesmo drama quando tentaram trazer a filha Sandra, hoje com 12 anos, para o Brasil. A menina ficou separada dos pais durante quatro anos e somente depois de uma longa negociação diplomática a viagem foi liberada.

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Bolsista quer ficar no Brasil

Juan Linares é bolsista da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) até o próximo mês de dezembro, mas o período de permanência no Brasil pode ser ampliado. "Eu já não concordava com o slogan do governo cubano: Pátria ou Morte. Mas enquanto a gente está lá, as informações são somente as oficiais e ninguém protesta. Agora reprovo o regime de Fidel Castro e percebo que ele é um ditador. Pelas condições de vida e para trabalhar, eu prefiro ficar no Brasil. O que eu desejo é conseguir entrar e sair de Cuba sem problemas e ter meu filho aqui no Brasil também sem problemas", frisou.

Linares disse que o povo cubano vive numa situação de miséria, já que o regime de governo não permite nem mesmo o surgimento de outros partidos políticos. O único partido reconhecido em seu país, ironicamente possui a sigla de PCC (Partido Comunista de Cuba).

"Pela primeira vez, em mais de 30 anos, o povo realizou um abaixo-assinado, com dez mil assinaturas, pedindo um projeto de democratização. Mas somente este processo de recolhimento das assinaturas demorou mais de três para ser concluído, pois o povo tem medo", explicou.

De acordo com o estudante, apesar de o "socialismo" ser divulgado como um regime onde todos possuem o mesmo direito e que a educação e a saúde são deveres do governo para com o povo, é o próprio povo quem paga por tudo. "Não é nada de graça, pois os salários são muito baixos. Um exemplo são os mais conceituados médicos ou o chefe do Departamento de Física da Universidade de Havana, que ganham US% 30 por mês, o que significa menos de R$ 100. Um chefe de departamento na Unicamp ganha entre R$ 4 mil e R$ 5 mil por mês", comparou.

 

Viagem curta

Atualmente, a única chance que Linares tem de voltar a Cuba é pedindo uma autorização de entrada no país através de um pedido ao departamento de Causa Humanitária, do consulado cubano. No entanto, essa viagem duraria apenas 21 dias, sendo que a situação permaneceria a mesma. Ou seja, ele continuaria sendo um criminoso.

Por ocasião do feriado de Corpus Christi, ontem, o Consulado de Cuba no Brasil não manteve expediente; portanto a reportagem não localizou ninguém para comentar o assunto.

(VG / AAN)

Junho 4, 2002: Correio Popular, Campinas (SP)

Sem conversa:

Caso de estudante cubano emperra no consulado em SP

O caso do estudante de pós-doutorado da Unicamp, Juan López Linares, acusado de traição e que teve a autorização para voltar a Cuba negada três vezes, não está próximo de um final satisfatório. O consulado de Cuba em São Paulo se negou ontem a comentar sobre as negativas dadas ao estudante. Procurado pela reportagem, um representante do consulado disse que não daria entrevistas sobre o assunto, que considera encerrado.

Linares, vive um drama imposto pelo regime de Fidel Castro. A opção por sair de seu país para avançar nos estudos fez com que o estudante tivesse que deixar a família. O que mais penaliza o estudante é a separação do filho, Juan Paolo, de três anos, que vive em Cuba e não foi autorizado a viajar para o Brasil.

Linares saiu de Cuba para fazer pós-mestrado em Física na Itália. Depois de concluir o curso preferiu vir para o Brasil, onde fez doutorado na Universidade Federal de São Carlos e agora, pós-doutorado na Unicamp. O crime do estudante, previsto no regime cubano, foi ter saído de seu país por período superior a 1 ano. Para voltar é preciso ter a autorização, negada pelo consulado de Cuba em SP, já que ele está fora de seu país por mais de cinco anos. Por ter "violado" os controles migratórios, seu crime é ainda maior, principalmente por ser considerado um funcionário desertor do governo, já que, apesar de não ser contratado pela Universidade de Havana, era professor de Física para biólogos na instituição. Por isso, foi considerado criminoso por abandonar uma missão oficial. (AAN)

IMPORTANTE, TELEFONES ÚTEIS:

A.- Meu telefone para contato, assim como telefones, e-mails e endereços da embaixada cubana em Brasília, do consulado cubano em São Paulo, do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, do Itamaraty, da Comissão Justiça e Paz da CNBB etc.

* Dr. Juan López Linares

E-mail: jlopezlinares@hotmail.com

Tel.: (19) 3788 5504 de 2a. a 6a., de 8 a 18 hs.

Tel.: (19) 3289 0618 de 2a. a 6a., após 19 hs. Fax.: (19) 3289 3137

* Embaixada de Cuba em Brasilia

Jorge Lezcano Pérez, Embaixador E-mail:

Tels.: (61) 2484710, 2484130, 2484517 y 2484215

Faxes: (61) 248 6778 y 248 7559

* Consulado de Cuba em São Paulo

Rafael Suárez Tabares, Cónsul General

E-mail:

Tels.: (11) 3873 4537 y 3873 2800

Fax: (11) 264 5052

* Ministério das Relações Exteriores de Cuba

Felipe Pérez Roque, Ministro

E-mail: cubaminrex@minrex.gov.cu

Tels.: (537) 553537, 553260

Fax: (537) 333460

Calzada #360, Vedado, La Habana, Cuba.

* Presidente de los Consejos de Estados y de Ministros

de Cuba, Dr. Fidel Castro Ruz

E-mail: f_castro@cuba.gov.cu

Faxes: (537) 333085 / 335261

* Ministério das Relações Exteriores do Brasil

Professor Celso Lafer, Ministro

E-mail: acs@mre.gov.br

Tel.: (61) 4116161

Tels. Ass. Com. Social: (61) 4116160 4116163

Esplanada dos Ministérios - Bloco H

CEP: 70 170-900, Brasília-DF

* Comissão Brasileira Justiça e Paz

Francisco Whitaker, Secretário Executivo

E-mail: cbjp@cbjp.org.br

E-mail: intercom@cidadanet.org.br

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