Sept. 23, 2001: El Nuevo Herald Digital, Miami
Editorial da agência CubDest
O teste do terror e a sobrevivência do Ocidente
Estamos em presença de uma aliança entre as esquerdas remanescentes do comunismo e os movimentos radicais muçulmanos, na qual o ditador Fidel Castro cifra suas expectativas
Os sangrentos episódios de terror de 11 de setembro, ocorridos simultaneamente em Nova York e Washington, podem ser considerados, sob certos aspectos, como um gigantesco teste sobre o estado da opinião pública norte-americana e mundial, efetuado por forças anticristãs decididas a destruir o Ocidente.
Tal como demonstrou o estrategista alemão Karl von Clausewitz, o objetivo principal de uma guerra é eliminar no adversário a vontade de resistir. Desse ponto de vista, os atentados de 11 de setembro deixaram em evidência, em meio da tragédia, uma realidade animadora para o Ocidente e sem dúvida incômoda para os seus adversários: sobrepondo-se à dor, à incerteza e às irreversíveis modificações da vida cotidiana, a enorme maioria do povo norte-americano reagiu com um espírito patriótico e uma determinação de resistir ao inimigo, com uma intensidade difícil de se prever antes de ditos ataques.
Enquanto isso, na América Latina, observa-se um fenômeno que inspira apreensão: passado um primeiro momento de horror e de conseqüente solidariedade com as vítimas, a opinião pública está sofrendo uma sutil mas efetiva pressão das esquerdas, através dos meios de comunicação, para culpar os Estados Unidos pelo ocorrido, apresentando-os como vítima de suas alegadas agressões.
Para tentar obter tão inaceitável inversão de papéis, colocou-se imediatamente em funcionamento o mesmo mecanismo tantas vezes utilizado para absolver o regime comunista de Cuba, e por no banco dos réus os desterrados cubanos e os Estados Unidos. O mesmo jogo dialético já usado pelas esquerdas entre as décadas de 60 e 80 para justificar as agressões das guerrilhas pró-castristas no continente.
Lamentavelmente não têm faltado vozes eclesiásticas que, independentemente de suas intenções, estão se prestando a esse perigoso jogo. Por exemplo, o influente arcebispo brasileiro, D. Luciano Mendes de Almeida, que ocupou cargos de destaque na Conferência de Bispos Católicos do Brasil e no Celam, chegou a afirmar, sobre os atentados de 11 de setembro: "Por causa da extrema pobreza e da dominação de alguns países sobre os demais que acontecem desatinos dessa natureza" (Jornal do Brasil, Sept. 14, 2001).
Isso está ocorrendo com maior intensidade na América Latina, mas também se sente na Europa e nos próprios Estados Unidos, com a colaboração da máquina que protege os chamados movimentos antiglobalização. Na ordem concreta dos fatos, estamos em presença de uma aliança entre as esquerdas remanescentes do comunismo e os movimentos radicais muçulmanos, na qual o ditador Fidel Castro cifra suas expectativas de sobrevivência.
Tudo isso nos conduz a um tema fundamental, no qual temos insistido incontáveis vezes, quando se trata da defesa do Ocidente e da causa da liberdade de Cuba: a importância do aspecto publicitário.
Com efeito, parece exagerado dizê-lo à vista da capacidade destrutiva do terrorismo, mas na realidade a batalha decisiva continua sendo no campo psicológico e das idéias. Um tipo de batalha capaz de destruir o homem espiritualmente, ainda quando conserve sua saúde física.
Entramos decididamente num mundo no qual o caos se multiplica pelo caos. Aprender a sobreviver nesse ambiente significa não aceitá-lo como algo natural, mas preparar-se para ter uma vontade de resistir cada vez maior, e um espírito mais vigilante.
Sem dúvida, os resultados do teste do terror não foram de todo favoráveis para as forças anticristãs. Mas também é verdade que temos pela frente um caminho árduo, prenhe de ciladas e imprevistos.
Tiremos as necessárias lições para a causa da liberdade. Mais além das vicissitudes a hora presente e de circunstâncias futuras, a promessa da Santíssima Virgem em Fátima, Portugal, em 1917, é sem dúvida um motivo de luminosa esperança: "Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará".