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SÃO PAULO, Jun. 23, 2001 (CubDest) - Chegou hoje ao aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, procedente de Havana, a menina cubana Sandra Becerra Jova, de 11 anos, que ficou retida em Cuba durante mais de 4 anos contra a vontade de seus pais, os engenheiros cubanos Vicente Becerra e Zaida Jova, estudantes de pós-graduação na Universidade de Campinas (Unicamp), a 100 km. de São Paulo.

O caso de Sandrita se tornou conhecido no Brasil a fins de abril quando importantes meios de comunicação começaram a divulgar detalhes sobre os infrutíferos e humilhantes tramites que durante mais de 4 anos seus pais efetuaram ante o regime de Havana. A injustiça e arbitrariedade que estava sendo cometida produziu comoção na opinião pública deste pais.

A começos de junho, o fato cobrou notoriedade internacional quando foi apresentado ante a Assembléia Geral da OEA e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, pelo jurista cubano Dr. Claudio Benedí. A embaixada cubana em Brasília qualificou a denúncia na OEA de "escândalo desnecessário", mas as contradições em que incorreram os diplomáticos cubanos para tentar justificar o literal seqüestro da menina fizeram aumentar as pressões da imprensa brasileira e internacional.

A mãe de Sandra, a engenheira Zaida Jova, tinha lamentado que o regime de Havana, que organizou mobilizações de massas para reclamar o retorno do menino Elián González a Cuba alegando o valor da "reunificação familiar", era o mesmo que "com crueldade" os mantinha separados da sua filha. E um alto funcionário da chancelaria brasileira, o Itamaraty, chegou a advertir que as autoridades brasileiras esperavam "que o desfecho seja mesmo favorável e o quanto antes".

Percebendo que dia a dia aumentava a notoriedade do caso, Havana optou por liberar Sandra, que chegou hoje ao Brasil acompanhada pela sua avó materna. Meios de imprensa nacionais e internacionais cobriram a chegada de Sandra e o emocionante reencontro com seus pais e com Daniel, seu irmãozinho de 3 anos, nascido no Brasil.

No aeroporto, Vicente Becerra e Zaida Jova agradeceram a solidariedade do povo brasileiro mencionando especialmente a Universidade de Campinas (Unicamp), meios de comunicação do Brasil, meios de imprensa de exilados cubanos e das Américas, o Dr. Claudio Benedí e a chancelaria brasileira, o Itamaray.

Consta de outros casos similares aos da menina Sandra, e até mais graves, de cubanos no exterior cujos filhos estão retidos em Cuba, mas pelo momento tem guardado silêncio por temor a represálias. Já foi confirmado o caso dos meninos Yanelis, Yamila e Isaac Cohen Brito, aos quais as autoridades cubanas desde há 8 anos não lhes permitem viajar ao exterior para se reunirem com seu pais, a pesar de terem obtido vistos de entrada aos Estados Unidos (para obter mais informações, incluindo o telefone dos meninos Cohen em Cuba, ligar para 55-11-93982330).

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